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Do GLADIO À ETERNIDADE



Minha mãe morreu em consequência do meu nascimento acometida de febre pós parto. Talvez aí tenha nascido meu primeiro nome antes dos seis.


Meu pai treinava arte de gladiar dos gladiadores. Fui homem criado na força e na dor da culpa de minha mãe e ao olhar meu Pai, minha mãe me fez lembrar do meu nome uma vida inteira.


O Pai de vocês é filho de um rei com uma samba da corte que cuidava, arrumava e preparava a roupa de César, que mais tarde foi morto por um jogo do senado. Para não ser morta, fugiu protegida por Malcon que então também era foragido junto aos essênios em uma montanha.


Grávida, para ter o filho, fugiu para outra província e deu à luz debaixo de um pé de oliveira seca. Meu pai que estava voltando do mercado a encontrou em trabalho de parto. Acolheu, a levou para minha casa, cuidou dessa mulher revivendo a morte da sua e lá nasceu seu Pai. Depois dos ventos leste. Eu já tinha um ano de idade.


A mulher que meu pai acolhera era foragida e procurada, pois seu Pai era herdeiro cesariano e os soldados não podiam deixar que houvesse o risco de ter alguém requerendo o reinado.


Isso meu pai guardou depois de um tempo, porque no dia nada sabia. Ele a recolheu por natureza da alma. Com o tempo nasceu carinho, respeito, companheirismo e também depois da confiança, essa confissão.


Para não perder a informação, decidiram, meu Pai e a mãe do Pai de vocês, escolher um nome novo para ela. Escolhemos a quarta geração da mulher, esposa real de César e não a quarta geração do nome dela. Porque o Pai de vocês é da terceira geração dessa dinastia e escolhemos a quarta hereditária da mulher de César da primeira geração.


Crescemos irmãos de diferentes sangues, mas formando o mesmo sangue. O Pai de vocês só soube que era César quando eu morri em seus braços como meu pai morreu nos meus.


Matei minha mãe ao nascer e matei meu pai aqui.


Remember, please…


Nenhuma palavra é jogada ao vento. Nada se perde porque está registrado o que se é no que se foi para que crie uma sequência do que não é e do que nunca foi. Somos espelhos mergulhados em profunda solidão, mas de objetivos e metas.


Pai de vocês, meu irmão, meu amigo, meu Babá… Vivos em espírito e se convertendo ao cristianismo em ressurreição. Em terceira geração, não desta, mas após esta.


Conhecemos os apóstolos, Roma… Nós, vocês… Crucificaram e o crucificam de cabeça para baixo… pois foi assim que morri.


Trabalhei muito na Quimbanda até matar quem mandou me matar. Ali devolvi ao Pai de vocês o que era de direito dele e Malcon tinha todas as documentações de César, registrado com sua marca, reconhecendo-o como herdeiro. Mas ao término de tudo, o Pai de vocês não aceitou o destino e continuou soldado, servindo a quem deveria servir.


Ganhou meu respeito e minha eterna admiração. Mesmo podendo dar riquezas a ele, preferiu resgatar as almas que no império romano, suas mãos tirou. Alguns são mortos de Roma, amam e depois de um tempo o odeiam… não aceitam o resgate.


Sou de um tempo de uma única nação, que a vale a todos e a mim e aos excluídos… 100,200,300,400,500,600,700,800,900,1000,2000… Dividimos a quimbanda a 500 anos cada um e ainda temos 400 anos a cumprir.


Estou no meu 18º ano desse centenário. Seu Pai, eu, Seu Pai…


Quando ele morreu eu andava com diversos espíritos e meu pai. Fruto das consequências das mortes que causamos.


Demorou pouco tempo entre a chegada do Pai de vocês e o encontro comigo para que os homens o achassem e o seguissem.


A maior riqueza que eu tenho e posso dar a vocês é o conhecimento. O resto, é transitório.



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