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Dentro




Dentro das lembranças moram as melodias Umas de tons tristes outras no tom da vida. Moram nas lembranças jardineiras Moram nos morros das trepadeiras.

Dentro do tempo moram versos Uns de conhecidos poetas, outras de indigentes cinzas. Moram nas sombras iluminadas Moram nos amores não próprios. Dentro da dor mora um César Uns de tons toscanos, outros de tom italiano. Moram romas e gládios Moram colinas de desencarnados soldados. Dentro da morte nasce uma flor Umas em belas cidades, outras em sutilezas e densidades Moram aromas sem cheiro de orvalho Moram corações no cheiro desfeitos. Dentro de mim se apagam os segredos Uns bons e de espelhos, outros em rios sem margens e tempero. Moram histórias esquecidas e esquinas vazias, Moram rimas de solidão, sem barcos e marinas sem som. Dentro de mim moram saudades Umas do criador, outras de anjos e dor. Moram legiões esquecidas Moram pincéis, telas sem tintas.

Dentro de mim mora um início, um meio e um fim. Mora um começo no meio, um fim sem começo e voltando pra casa um dia: um início sem fim.
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